Taquara: a resiliência e multipotenciais do município
Na segunda dezena do mês de setembro o Rio Grande do Sul celebra a sua revolução e as comemorações que antecedem o dia do gaúcho já despontam desde o início mês. Todavia, em 1998 o clima de festejos e de orgulho se estendeu por mais alguns dias no município de Taquara. O dia 25 de setembro foi a data escolhida para que a então Sicredi Nordeste fosse acolhida pela comunidade taquarense, inaugurando sua agência de número três.
A história do surgimento do município de Taquara é muito semelhante à do cooperativismo, pessoas unidas em prol do objetivo de prosperar e desenvolver a região. Originalmente o território era uma sesmaria concedida a Antônio Borges de Almeida Leães que compreendia também as terras hoje chamadas de Igrejinha e Três Coroas. O lote foi então dividido e vendido em 1846. Para o comerciante Tristão José Monteiro ficou um pedaço de terra que ele chamou de Fazenda Mundo Novo e então iniciou o processo de colonização. Coincidentemente também foi no mês de setembro que no solo repleto de bambus - de uma espécie chamada de taquara (ta'kwar) pelos tupis- pisaram as primeiras famílias de imigrantes alemães e italianos.
A família é nosso primeiro núcleo de cooperação. Onde aprendemos a apoiar, colaborar e nos relacionarmos, um espaço seguro para nos desafiarmos e evoluirmos contando com a ajuda e a união daqueles que amamos. Assim, cooperando para uma nova vida em um mundo novo que as famílias Ritter, Lahm, Schirmer, Krummenauer, Klein, Raimundo e muitas outras que seguiram arregaçaram as mangas e juntos, tiraram da região seu sustento, deram origem a sua descendência e firmaram seus negócios construindo o município de Taquara que hoje é o lar de mais de 57 mil habitantes.
Assim como no cooperativismo, no início de sua colonização, a economia de Taquara era norteada pelo campo. Na agricultura destacavam-se as culturas de feijão, milho, cana-de-açúcar e mandioca e na pecuária, a criação de suínos e bovinos de leite. A instalação da via férrea entre os municípios de Novo Hamburgo e Taquara em 1903 trouxe grande contribuição para o progresso da cidade, escoando a produção de feijão, uma das maiores do Estado.
Na década de 40, Taquara ficou conhecida como a “Capital do Piretro”. A produção de flores de piretro usadas na fabricação inseticidas atingiu seu auge em 1945 e 1946, quando chegou a 1000 toneladas por ano e era quase totalmente exportada para os Estados Unidos. A partir de 1950, o calçado passou a ter relevância na economia taquarense, sendo que sua produção ainda é extremamente importante para e economia da cidade e exportada para o mundo todo.
A taquara, bambu que dá nome ao município, é conhecida e usada desde tempos pré-colombianos pelos povos nativos da América do Sul, seus colmos ocos servem como pequenos recipientes ou como canudos para diversas finalidades, é possível que com elas vigas e travessas leves para a construção sejam criadas, bem como cercas ou paliçadas para a contenção de pequenos animais e principalmente, com suas lascas, é feito cestas das mais diversas formas e para as mais diversas utilidades.
Duas das principais características da taquara é a sua resiliência, capaz de moldar-se frente às mudanças e resistir à pressão do tempo sem quebrar e sua adaptabilidade, sendo matéria-prima para os mais diversos objetos devido a sua capacidade de transformação. Assim como a cidade e a comunidade taquarense que ao longo de sua história aprendeu a encontrar oportunidades em todos os obstáculos e a construir um excelente legado, mostrando que sempre deu seu melhor em tudo que se propôs a fazer. Se adaptando e evoluindo com o passar dos anos, aprendendo com o passado, os pés firmados no presente e os olhos sempre olhando ao que o futuro reserva. Uma cidade com multipotenciais ainda a ser explorado e que com orgulho temos mais de 5 mil associados Sicredi fortalecendo este círculo virtuoso e apoiando na liberação do potencial das pessoas e dos negócios.
Nossa parceria já tem mais de duas décadas e a certeza de que nosso relacionamento é duradouro e ainda temos muito o que construir. Atualmente, Taquara possui centenas de propriedades rurais e produção diversificada. O seu Parque Industrial abriga indústrias calçadistas, de beneficiamento de madeira, de produtos químicos, metalúrgicos, eletrônicos e produtos de alimentação, além disso, a cidade conta com um comércio forte e diversificado. Suas paisagens e seus prédios históricos preservam a memória de uma cidade construída por famílias trabalhadoras e colaborativas, assim como o cooperativismo.
Seguimos juntos com a certeza de que Taquara é, assim como seu lema destaca, um lugar para ficar.
AUTOR: Thamires Rosa
Intérprete da Cultura
DATA: 17 de abril de 2023
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